A primeira parte das férias de 1998, decidimos passá-la contornando a Patagônia de navio, fazendo a rota ao inverso do caminho seguido por Magalhães.
Tomamos o avião de Porto Alegre para Buenos Aires, onde seríamos pegos pelo transporte contratado pelo nosso agente de viagens para nos levar ao Hotel Rochester.
No caminho, fizemos algumas perguntas a respeito dos espetáculos de tango que poderíamos ver em todo o grau de pureza, sem a estilização industrializada, ao que nos esclareceu o motorista que todas as casas de tango de Buenos Aires eram dedicadas à atração de turistas, umas com mais, outras com menos preocupação com a preservação da autenticidade.
O bairro onde se encontravam as tanguerias mais próximas do autêntico, Santelmo, apesar de durante o dia abrigar uma das mais populares feiras de antigüidades – cujo equivalente em Montevideo não era a Feira de Positos, mas sim a que se realizava na Praça onde se situava a Porta da Cidadela –, era muito antigo, com inúmeros cortiços, perigoso por causa dos imigrantes indocumentados.
No dia seguinte, fomos despertados de madrugada para pegarmos o transporte do Hotel para o aeroporto, onde pegaríamos o vôo para Santiago.
Fomos deixados em frente ao terminal das Aerolíneas Argentinas, quando teríamos de pegar o vôo da Lanchile.
Para não perdermos o check in, tivemos de ir correndo com o praterno, a mala de rodas, então pesando 25 kg e a bolsa.
Na fila, travamos conhecimento com um casal de idosos argentinos que pretendia pegar em Santiago o avião para Punta Arenas.
Contaram-nos sua viagem ao Egito, informando que mais interessante seria chegar às ruínas de Luxor e Carnac por balão.
Narraram-nos, também, a viagem à Índia, destacando a beleza do Cashemir, o túmulo de Gandhi, a Índia Mogul e a Índia autêntica de Calicute.
Recomendaram-nos muito a viagem que íamos fazer, que já haviam feito em um navio, o Skorpios.
Chegando a Santiago, saímos do aeroporto internacional em direção ao destinado a vôos domésticos para tomarmos o avião da Ladeco para Puerto Montt.
Não conseguimos antecipar o nosso vôo e tivemos que despachar o praterno no bagageiro, apesar de termos visto, depois, algumas pessoas conduzindo consigo os respectivos praternos.
Voltou Scheila por alguns instantes ao aeroporto internacional para fazer o câmbio.
Chegamos a Puerto Montt, cidade fundada por alemães, algo como uma Gramado portuária.
Tomamos um coletivo até o porto, onde tomaríamos o navio grego Odysseus, no qual costearíamos a Patagônia.
À época, havia alguma intranqüilidade na capital chilena, mercê da polêmica em torno do vitaliciamento do General Pinochet como senador, que estava sendo contestado pelos grupos que se opuseram ao regime militar instaurado em 1973, a cuja testa o aludido General esteve por dezessete anos, perante vários órgãos do poder constituído, com o que foi até bom que não nos tivéssemos demorado em Santiago.
Quase ninguém no navio falava o português, embora muitos falassem o inglês e alguns o espanhol.
Encontramos alguns brasileiros no barco, oriundos de São Paulo (Dagmar, auditora de tributos federais), Campinas (Paulo e Eny, professores aposentados, que tiraram, não sei de onde, a conclusão de que eu me parecia com o Maximilian Schell), Salvador (Dr. Dielson, médico, e Norlei, bióloga) e Recife (Bruno, administrador do porto, e Consuelo, biquímica).
Deixamos os passaportes na recepção, sendo-nos entregues, mais tarde, fotocópias.
O vice-diretor do cruzeiro, um costarricense chamado Allen Castro – logo aportuguesado para Alencastro – informou-nos que nos seria dado um número para os efeitos de descermos a terra, correspondente a uma ficha que teríamos de pegar ao sair e devolver ao retornar.
No dia seguinte, entramos no Canal da Patagônia, nas proximidades do Arquipélago Chiloé.
Fizemos o exercício de salvamento regulamentar.
Nosso camareiro, Iorgos, era um espartano muito simpático e, curiosamente, muito falante, que se comunicava conosco em um agradável inglanhol, misturado com uma mímica muito divertida, e sempre se interessava quanto a estarmos desfrutando do cruzeiro e nos brindava com chocolates belgas antes de irmos dormir.
Aliás, através dele ficamos sabendo da persistência da milenar rivalidade entre Esparta e Atenas, sendo os atenienses apodados de preguiçosos pelos espartanos.
Filmamos, no Canal, várias formações rochosas, algumas parecendo entalhes, outras com manchas de cobre, vários picos nevados à volta.
Entramos no mar aberto ao final da tarde e ali houve um mareio geral, graças às ondas violentas do Pacífico, que conhecêramos em Punta Hermosa.
Fui jantar sozinho, atendido na mesa que nos fora destinada por um simpático natural do Pireu chamado Spiros, que se sentia sumamente feliz, como se fosse ele o cozinheiro, quando elogiávamos a comida.
No dia seguinte, entramos em outro canal que conduziu ao Estreito de Kirke, onde não poderiam entrar navios com uma largura superior a 150 m (o Odysseus tinha 147,3 m).
O navio se dirigiu à Geleira Pio XI, em cujo caminho apareciam vários pedaços de gelo flutuantes.
Travamos conhecimento com uma bióloga paulista chamada Cláudia que estava guiando um grupo de norte-americanos e que nos informou sobre a necessidade dos farináceos no navio em virtude dos efeitos do mareio.
Ao se postar o navio em frente à geleira, os que estavam de filmadora em punho ouviram a palavra mágica: golfinhos.
E lá fomos nós a filmar-lhes as acrobacias nas transparentes águas geladas do Estreito de Kirke, em frente à imponente Geleira Pio XI.
À tarde, tomamos com Sérgio Salcedo e María del Sol, casal que dançou tango no filme Evita, de Alan Parker, um gostinho sobre o que seria uma aula da dança que é o cartão de visitas de Buenos Aires, da qual chegamos a aprender a seqüência básica de sete passos e uma variação dela.
Travamos conhecimento, também, com o ginásio do navio, com seus aparelhos para exercício dos músculos do abdomen, dos braços e das pernas, e lembramos logo do Dr. Luiz Vicente de Vargas Pinto, grande amigo nosso, que era verdadeiramente maníaco por exercícios físicos e cujo vigor, mesmo tendo ultrapassado a marca dos cinqüenta anos, era de fazer inveja a muitos rapazotes de vinte.
À noite, tivemos o coquetel de boas vindas do comandante, no qual houve um show de mágicas, a apresentação de quatro bailarinas russas, um bailarino romeno (Stefan), a quem as mulheres chamaram logo Antonio Banderas – e sobre o qual os homens não pouparam um único comentário desabonador -, um cantor (Misha) e uma cantora (Cristina) romenos, um cantor argentino (Agostino) e uma cantora belga (Ana Victoria), e Sérgio Salcedo e María del Sol.
Todos os artistas, com exceção de Sérgio e Sol e do pianista norte-americano Eric Himy, integravam a tripulação do navio.
Após o show, a orquestra do navio tocou música para bailar, tendo um americano de Connecticut tirado a Dagmar para dançar.
No dia seguinte, de madrugada, saímos, filmadora e máquina fotográfica em punho, atrás das focas, cujo nado vertiginoso tornava difícil de registrar o instante em que apareciam.
À tarde, fundeamos em frente a Puerto Natales.
Devido ao calado do porto, o navio não tinha condições de atracar, com o que tivemos de pegar as lanchas.
Após o almoço, fomos conhecer a cidade, um povoado simpático, fundado por um alemão no final do século XIX, no qual ainda se cultivava o hábito da sesta.
Os primeiros europeus, no século XVI, a visitarem o sítio onde se localizava a cidade foram espanhóis.
Contudo, a renhida resistência autóctone, até o século XIX, não permitira o estabelecimento de colônias permanentes naquela região.
Foi, como dito, só no final do século XIX que o explorador germânico Hermann Eberhar instalou uma estância de ovelhas que deu início à povoação.
Fomos andando do porto à Plaza de Armas e de lá até o Colégio Salesiano, onde havia um museu de História Natural.
Nos colégios, chamavam a atenção os uniformes das crianças, todas de paletó e gravata, calça comprida para os meninos, saia para as meninas.
Dagmar fez questão de tirar uma foto com as crianças para depois mostrar aos netos.
Quando chegamos, o Museu estava fechado, por causa da hora da sesta.
O Dr. Dielson, contudo, conseguiu que abrissem as portas do Museu pelo simples fato de ter pedido para rezar na capela do Colégio.
Como era possível tirar fotografias, aproveitei para filmar todos os exemplares da fauna chilena que ali estavam empalhados.
Na volta, passamos por uma loja onde adquiri um caderno, já que, ao sair do Brasil, esquecêramos este importante apetrecho.
No dia seguinte, acordamos às 5h30 para podermos fazer a visita ao Parque Nacional de Torres del Paine.
Às 7h, pegamos a lancha e subimos no ônibus que nos fora destinado, mais escangalhado que os demais.
O nosso guia explicou que "paine" seria um vocábulo Tehuelche – nome da tribo a que pertenciam os que Fernão de Magalhães denominou "patagones" – significando “azul”.
Pelo caminho, apareciam as aves: o falcão-peregrino, as emas (ali chamadas de ñandus), os carcarás ou carranchos.
Pastores de ovelhas trajando bombachas tocavam seus rebanhos, com a ajuda de ágeis e ferozes cães "pastores-ingleses" que mantinham os animais juntos.
Scheila contou-me que um dos cachorros que tivera em criança era exatamente daquela raça e o que tinha ele de inteligente tinha de feroz.
Guanacos paravam fazendo pose para as fotos.
Na entrada do Parque, guanacos e raposas andinas se aproximavam de nós para serem fotografados ou filmados.
A cada acidente geográfico ou ângulo diferente destes mesmos acidentes, o ônibus fazia uma parada, razão por que levamos mais de três horas para chegarmos ao ponto de onde sairíamos a passear a pé.
Havia, perpendicular ao caminho, uma estrada que levava à Caverna do Milodón ou megatério, onde se encontrou, no final do século XIX, uma pele de uma destas gigantescas preguiças em tão bom estado que uma lady inglesa resolveu organizar um safári cujo único fruto foi um livro sobre a viagem à Patagônia, narrando as peculiaridades da região.
Em uma das margens do lago Nordenskjold, um guanaco foi o último espécime de fauna selvagem que vimos no Parque.
Parando o ônibus, fomos experimentar o almoço, e uma boa parte dele estava tão horrível que nem o simpático cachorrinho com o qual resolvemos dividi-lo aceitou.
Logo após o almoço, tentei ajudar um senhor inglês, que estava com uma bengala, a se levantar.
Puxei-o com força demais, com o que ele escorregou na grama e caiu.
Outras pessoas vieram ajudá-lo e eu fiquei extremamente envergonhado.
Ao sairmos a pé, tomamos o cãozinho, que a cada passante exigia um agrado, como guia.
Chegamos a uma bifurcação em que o caminho da esquerda conduzia ao Salto Grande e o da direita ao mirador.
Fomos em direção ao Salto Grande (ifgura abaixo), onde encontramos Bruno e Consuelo, que haviam seguido outro caminho e se dirigiram ao mirador, e onde filmei o movimento das águas geladas em direção aos lagos.
Resolvemos, já que teríamos mais duas horas, seguir em direção ao mirante.
O cenário, realmente, era muito mais bonito, muito mais grandioso.
A neve, nos picos, tomava um tom azulado.
Viam-se vestígios nítidos de cascatas traduzidos por sulcos profundos na terra ou por grandes concentrações de neve.
Reencontramos Bruno e Consuelo e fomos seguindo até um lago, cujas águas transparentes dariam até vontade de entrar não fôra o frio cortante que ali faz mesmo no verão.
Bruno, ali, estacou, temeroso de perdermos o horário.
As mulheres seguiram em frente.
Eu estava meio receoso de enfrentar os espinhos dos arbustos do caminho, mas depois que um senhor da África do Sul passou por mim todo lépido e a passo firme, resolvi ir em frente.
Chegamos, ao fim, ao ponto em que o Lago Nordenskjold separa o final da trilha do sopé dos Cuernos del Paine.
Uma formação rochosa a Consuelo pareceu uma esfinge.
Voltamos, depois, pelo mesmo caminho por onde viemos.
Enquanto voltávamos, cruzamos com Cláudia, que estava aproveitando para conhecer o Parque.
Na ida, pegamos tempo ensolarado, mas ao sair, fomos colhidos por uma bela chuva.
À noite, após o jantar, Scheila e Consuelo foram dormir.
Bruno e eu ainda conversamos um pouco e, logo em seguida, proseamos com um editor chileno especializado em obras antigas que viajava com o filho, o Sr. César Soto, que nos mostrou uma curiosidade: era dia 18 de março de 1998 e no dia 21 de março completaria 480 anos da investidura de Magalhães como almirante responsável pela primeira viagem de circunavegação, admiravelmente registrada por Pigafetta.
No dia seguinte, saindo do Estreito de Kirke, resolvi aproveitar para pôr em dia as anotações.
Scheila distraía-se com um quebra-cabeças.
Enquanto anotava, ouvi pelo fonoclama o aviso de que passaríamos por um magnífico glaciar.
Saímos correndo, mas vimos que, apesar de belo, não era ele tão impressionante como a Geleira Pio XI, em que se via o gelo flutuando sobre o mar, nem quanto os picos nevados de Torres del Paine, com o que não nos pareceu motivo suficiente para gastarmos uma foto ou quadros da película da filmadora.
Compramos duas capas de chuva na boutique do navio.
Ao sair do banho, um solavanco que me fez perder o equilíbrio mostrou que entrávamos em um trecho de mar aberto, antes de entrarmos no Estreito de Magalhães.
Tomamos um “dramin” cada um, assistimos ao espetáculo de mágicas na discoteca do navio e, a seguir, dormimos.
Fomos acordados às 20h para irmos jantar e, logo após, espetáculo de canções e danças de vários países, após o qual houve música para bailar, sendo Dagmar tirada para dançar por outro norte-americano natural da Flórida.
Por brincadeira, dizíamos que yankees e confederados iriam à guerra de novo por causa da Dagmar, já que era disputada por um nortista de Connecticut e um sulista da Flórida...
No dia seguinte, fomos de lancha a Punta Arenas, Dagmar, Bruno e Consuelo, Scheila e eu.
O porto, em si, permitia a atracação do Odysseus, mas estava lotado, razão por que não pôde ser descarregado o lixo que se acumulava nos porões, de onde começavam a sair emanações que tornavam difícil permanecer muito tempo na popa.
A cidade fora fundada em 1848, escolhida a área pelo Governador José Santos Mardones por contar com lenha, porto, maior superfície e melhor clima para os rigores austrais, a fim de propiciar aos navios que passavam pelo Estreito de Magalhães em busca de baleias e lobos marinhos o abastecimento de água e carvão.
Até 1877, foi lugar destinado à segregação de militares e delinqüentes comuns, tendo sido palco, em 1851, de um motim encabeçado pelo oficial M. J. Cambiaso, que culminou com a morte das autoridades e a destruição do povoado.
Durante o Governo Manuel Montt, a região foi declarada zona de colonização, principiando a se desenvolver a criação de gado ovino, a indústria pesqueira e a mineração.
Scheila e eu, no dia, não levamos a filmadora, somente a máquina fotográfica.
Era dia ensolarado, temperatura ambiente de 8º C.
Na Plaza de Armas, tiramos uma foto aos pés da estátua de Fernão de Magalhães, no Chile conhecido como Hernando de Magallanes.
Quisemos tomar um ônibus para o “Free Shop” no qual estava escrito “No a la Zona Franca” e onde havíamos lido apenas “Zona Franca”.
O motorista avisou-nos do nosso erro, descemos poucos metros adiante, onde eu pude lobrigar uma inscrição no muro dizendo “Ni olvido ni perdón, Pinochet al paredón”, e tomamos um táxi.
O “Free Shop” lembrava muito o DC Navegantes de Porto Alegre.
Soubemos, então, que o comércio funcionaria ali das 10h às 12h30.
Compramos ali uma mochila azul, que também se podia converter em carrinho, atrás da qual estivéramos durante muito tempo.
Encontramos ali nosso simpático vice-diretor, Alencastro, e sua não menos simpática senhora, a diretora do cruzeiro Elizabeth.
Às 11h30 tomamos um táxi até o Museu Arqueológico, situado no Colégio Salesiano.
Fomos recebidos por um padre milanês, residindo ali por mais de sessenta e cinco anos.
Proibidas as fotos e filmagens, apreciamos os dioramas reproduzindo o dia-a-dia de cada uma das tribos ali viventes: os Onas (fueguinos), os Tehuelches (patagões) e Alajalifes (patagões).
Esqueletos de golfinhos e orcas, couros de focas, histórias de conflitos entre índios e pastores de ovelha que colonizaram aquela região, histórias da atuação evangelizadora dos padres salesianos, animais empalhados, artefatos de madeira, metal, pedra e couro, pinturas realizadas com pó colorido sobre tecidos, boleadeiras, narigueiras e brincos de metal.
Réplica de uma caverna, onde se localizavam reproduções de arte rupestre.
Comemos uma pizza que não era das melhores e, depois, subimos para o Cerro de la Cruz, de onde se podia ter uma belíssima vista não só da cidade e do mar como da Terra do Fogo, por uma tênue sombra.
Vimos que as casas não tinham grades, apesar do padre nos haver dito existirem ali muitos assaltantes.
Pareceu-nos que havia um bom nível de vida, apesar das coisas ali serem muito caras.
Tomamos, a seguir, a lancha e, enquanto Scheila se divertia com um quebra-cabeças e com um simpático garotinho de seis anos, filho de Sérgio e Sol, chamado Nahuel – única criança no cruzeiro e, portanto, o sobrinho de bordo –, fui filmar, afrontando os ventos, revoada de albatrozes a pescar nas proximidades do navio e algumas panorâmicas de Punta Arenas.
Aliás, tão freqüentemente víamos albatrozes que logo me vinham à mente os versos de Castro Alves:
"Albatroz! Albatroz! Águia do oceano,
Tu, que dormes das nuvens entre as gazas,
Sacode as penas, Leviatã do espaço!
Albatroz! Albatroz! Dá-me estas asas..."
Registrei depois, malgrado ele mesmo, as travessuras de Nahuel na película cinematográfica.
Soubemos por Paulo e Eny que a família Schurmann, famosa pela circunavegação em veleiro, estava em Punta Arenas no mesmo dia em que chegáramos.
Contornaríamos a Terra do Fogo, que deve este nome às fogueiras que Magalhães viu acesas sobre as montanhas.
Fomos dormir cedo para não perdermos o espetáculo da Geleira de Romanche.
No dia seguinte, tirei várias tomadas do amanhecer na Geleira em questão, bem como dos glaciares que a compunham.
Uma das cenas mais impressionantes que consegui registrar foi uma cascata provocada pelo degelo em um dos glaciares.
Scheila, Consuelo e Bruno jogavam pingue-pongue enquanto eu filmava de um lado a costa chilena e do outro a costa argentina.
Estávamos no Canal de Beagle, que devia este nome ao navio que, em meados do século XIX, conduziu Charles Darwin em sua viagem naturalística, cujo diário era livro de cabeceira de muitos dentre os turistas de língua inglesa.
Aquele Canal já havia sido objeto de inúmeras disputas no campo diplomático e mesmo militar entre a Argentina e o Chile, mesmo no final do século XX.
A temperatura de 8º C tornava inacreditável a proposição segundo a qual estávamos em pleno verão.
O navio atracou em Ushuaia, capital da província argentina da Terra do Fogo.
A cidade, inaugurada em 1884, teve a soberania argentina reconhecida nesta mesma data.
Havia ali, antes, uma missão anglicana.
Durante anos serviu para a segregação de delinqüentes e adversários do regime político, notadamente o peronista.
Sua colonização teve maior intensidade durante o governo do General Roca, que se dispusera a conquistar para o homem branco cada pedaço de terra da Argentina.
A cidade não tem uma praça central, a vida comercial se concentra ao longo da Avenida San Martin, que é separada do mar pelas casas e pela Avenida Maipu.
Dagmar, Scheila e eu tomamos um táxi para visitarmos o Parque Nacional da Terra do Fogo e a Baía de Lapataia.
O motorista, natural de Mendoza, mostrava-se bastante bem informado sobre a história da ilha.
O carro que nos conduzia, curiosamente, era um monza fabricado no Brasil.
O caminho era margeado por bosques, via-se a linha férrea outrora destinada ao transporte de prisioneiros e depois ao passeio de turistas.
Filmei as margens do Lago Roca (figura ao lado), ótimo lugar para camping, onde, contudo, se acabou a bateria da máquina.
Os “aguiluchos”, que, a princípio, pensei que fossem falcões, pegavam em rasantes detritos que os campistas deixavam.
Na Baía de Lapataia, final da Ruta nº 3, que corta a Argentina de Buenos Aires até o extremo sul, fotografamos os inúmeros coelhos ali viventes.
Voltando às proximidades do porto, fomos, Dagmar, Scheila e eu, verificar o que poderíamos adquirir em termos de lembranças dali.
Fomos, em seguida, a um café onde Scheila e Dagmar tomaram um chocolate e eu tomei um chá.
Logo depois, voltamos ao navio, do qual foram tirados mais de seis containers de lixo.
Os petréis, albatrozes e gaivotas disputavam o lixo que era depositado nos containers do cais.
Filmei, na discoteca do navio, os músicos Lucian e Constantin, cujo conhecimento da música brasileira se limitava aos sucessos de Carmem Miranda.
Após o jantar, a noite de tango que tanto esperávamos.
Uma reprodução do Caminito, com suas casas coloridas.
Ana Victoria e Agostino cantaram alguns tangos e uma valsa, Constantin tocou no acordeon Adios, muchachos.
Entretanto, as estrelas do show eram Sérgio Salcedo e María del Sol.
Dançaram o tango da Boca, dos tempos em que era considerado uma dança vulgar, e o tango requintado da Recoleta, o tango estilizado de Astor Piazzola – aí, acabou o filme – e o mais famoso dos tangos, curiosamente composto por um uruguaio – La cumparsita -.
Inesperadamente, Sérgio tirou Scheila para dançar e Sol me convidou, recusando um não como resposta.
Scheila, mais flexível, saiu-se, evidentemente, melhor do que eu, que consegui fazer com que Arnold Schwarzenegger parecesse um Nijinsky, para o total desespero da minha partner, acostumada com a leveza do marido.
Enfrentamos as ondas do Atlântico, extremamente violentas, até Puerto Madryn, onde pegaríamos uma excursão para Punta Tombo, onde se reuniam os pingüins de Magalhães.
No caminho para Puerto Madryn, com todo o jogo do navio, Eric Himy conseguiu executar peças extremamente difíceis ao piano, como a Dança ritual do fogo, de Manuel de Falla e prelúdios de Rachmaninov e Domenico Scarlatti.
Sérgio Salcedo e María del Sol passaram por nós e comentaram o fato de serem muito caros os eletrodomésticos em Ushuaia.
Contamos-lhes que filmáramos o show que deram por ocasião da noite de tango e mostramos-lhes as cenas então registradas.
Na hora do jantar, Scheila, passando mal, desceu comigo para o refeitório.
Spiros, preocupado, administrou-lhe um “dramin” e aconselhou-a a subir para a cabina e ir dormir.
No dia seguinte, acordamos tarde, razão por que perdêramos o café da manhã na popa.
Dirigimo-nos, então, ao refeitório e, a princípio, houve resistência, porque, no espaço de meia hora, haveria uma aula sobre como preparar um prato típico grego à base de beringela denominado moussaka.
Spiros, impossibilitado de resolver por si o problema, mas preocupado conosco, chamou o maitre e explicou o problema.
Vencemos a primeira resistência à custa do argumento de haver um motivo suficiente para termos perdido o café da manhã, qual seja, o fato de que Scheila, efetivamente, passara mal na noite anterior, e somente se sentira recuperada ao acordar, tendo necessidade de se alimentar para recobrar forças.
Entretanto, queriam servir-nos café com croissants, enquanto Scheila necessitava de bananas, mel e sucrilhos, uma vez que seu organismo já não estava muito receptivo à comida feita pelo cozinheiro de bordo.
Ante a resposta de que não seria possível servir bananas e sucrilhos, perguntou ela, então, onde estariam as bananas.
Entre vencido e divertido, o maitre acedeu.
Após o café da manhã, fui à sala de leitura e Scheila foi à aula, da qual não reteve muita coisa, tal a quantidade de ingredientes e de fases preparativas que eram requeridas pelo prato (o “boca aberta” aqui esqueceu-se de tomar a óbvia providência de lhe passar uma folha de papel para anotar).
Perguntei a Eric Himy se a transcrição feita por Liszt para o Liebestod de Wagner estava em seu repertório, ao que me respondeu afirmativamente, informando-me, ainda, da existência de outra transcrição, com efeitos mais orquestrais, de Moritz Moszkowsky.
Ao que me informou o Sr. César, o pianista era discípulo de Cláudio Arrau, o grande virtuose chileno que estudara com Krause, o último discípulo de Liszt.
Foi também nesta fase da viagem que ocorreu a noite grega, quando todos deveriam vestir azul e branco.
Iorgos estava dentre os tripulantes que dançaram as danças típicas do país, fazendo, surpreendentemente, uma cara séria, ele, que era tão sorridente.
A coreografia da maior parte delas é extremamente difícil, requer bastante agilidade, o que encantou o meu saudoso amigo Dr. Luiz Vicente de Vargas Pinto ao assistir ao filme.
Consegui filmar quase tudo, exceto o momento mais interessante – deveria dizer, mesmo, mais bonito –, que foi justamente quando foram puxados todos os circunstantes para participarem da dança.
Quando fomos pedir que nos acordassem cedo, para não perdermos os pinípedes em Puerto Madryn, vimos o bom Spiros na recepção, anotando os pedidos.
Acordara, como todos, bem antes das quatro da manhã, e iria dormir somente à meia noite.
Atracado o navio em Puerto Madryn, descemos para vermos as focas e leões marinhos que subiam as escadas do porto.
Pegamos, em seguida, o ônibus que nos fôra destinado.
Quando, em virtude de estarem no ônibus todos os brasileiros, excetuando a Cláudia, e mais mexicanos, pedi ao guia que intercalasse as explicações em inglês com traduções em espanhol, antipaticamente, respondeu “I’ll try to make an effort”.
O ônibus foi seguindo pelas poeirentas estepes da Patagônia argentina.
Um dos passageiros ianques teve a idéia brilhante de abrir a janela para entrar um pouco de ar, ao invés de abrir a carlinga superior.
O resultado foi a entrada de um poeirame total, a que o nosso guia, sempre pronto a agradar os anglófonos, resolveu, ao invés de abrir a carlinga, abrir a janela do outro lado do ônibus, com o que passou a haver duas fontes diferentes de pó.
Fechei a janela para evitar a entrada de mais poeira e uma senhora norte-americana pediu ao nosso antipático guia que abrisse o orifício mais óbvio para fazer com que se renovasse o ar, sem que entrasse mais pó: a carlinga superior.
O guia ia dando as suas explicações em mau inglês, sem verter para sua língua nativa, até que Paulo lhe chamou a atenção para o fato óbvio de que havia muitas pessoas dentro do ônibus que não tinham o inglês como língua nativa, entendiam perfeitamente o espanhol e, tal como os anglófonos, haviam pago pela excursão, e não pouco.
Como foi pôr em dia toda a parte da explicação em inglês que não havia sido traduzida, pareceu a alguns ianques que ele estava falando espanhol em excesso.
Chegando a Punta Tombo, verificamos que havia pingüins em profusão, e que as aves eram extremamente sociáveis, chegando bem perto dos seres humanos, só não se deixando pegar, sob pena de responderem com uma valente bicada.
Eram pingüins de Magalhães, que não chegavam a ultrapassar 40 cm de altura.
O hábito de andarem em fila, as entradas e saídas de dentro das águas geladas e transparentes do Atlântico Sul, ora correndo atrás de crustáceos e moluscos, ora atrás, pura e simplesmente, de brincadeira, o descanso à sombra dos arbustos da estepe patagônica.
No meio da algazarra que faziam, isolado, o seu inimigo mais temível, porque alado: a gaivota, que esperava o relaxamento na vigilância para poder-lhes comer os ovos e os filhotes.
Soprava ali um vento cortante, cuja violência era tal que, no filme, por vezes, abafava o som da própria voz do “cineasta”.
Ao retornar ao ônibus, o guia, querendo ser engraçado, perguntou-me se não estava levando na bolsa algum pingüim, ao que respondi, bem sério, que não.
“Only inside your camera?” perguntou, então.
“No. Inside my film”, respondi, no melhor modo britânico de se tratar a um lacaio.
Entre Punta Tombo e Puerto Madryn, passamos por Gaiman, um povoado galês onde residiram os bandidos Butch Cassidy e Sundance Kid antes de se trasladarem à Bolívia, para nela terminarem seus dias.
Havia ali uma típica casa de chá galesa, onde já estivera Lady Di.
Além do bom gosto do chá – e o guia, depois da “cortada” que eu lhe dera ao voltar ao ônibus, resolvera tornar-se um pouco mais simpático, com o que conseguiu do zero que tinha recebido de começo subir para cinco, na escala de zero a dez – havia um coro de estudantes que cantava músicas típicas gaélicas e também do norte da Argentina, onde os coyas mantém alguns costumes da civilização andina bem vivos, como o da compra e venda de gêneros se fazer cantando.
Quando falamos com Alencastro a respeito das focas e leões-marinhos, informou-nos que, em determinadas épocas, as orcas chegavam a Puerto Madryn e saltavam de forma a deixar até mesmo meio corpo sobre a terra firme para colherem os filhotes dos pinípedes.
Entre Puerto Madryn e Mar del Plata, as ondas jogaram de tal forma que eu mesmo fiquei mareado, eu, que havia ficado invicto até então.
No café da manhã, quando Dagmar se sentou para fazer a refeição, o navio jogou com tal violência que ela caiu com cadeira e tudo no chão.
Antes de eu começar a marear, Sérgio contou-nos que, cansados da comida do navio, sempre com muito tempero – a medida do grego é muito semelhante à medida do árabe –, ao chegarem a Puerto Madryn, foram em busca de uma pizza decente, já que em Punta Arenas haviam comido uma pizza horrível (creio que a mesma que comêramos).
O interessante é que estando Scheila e eu na cabina, completamente fora de combate, ainda ouvimos Nahuel correndo pelo navio, divertindo-se à larga...
No salão de eventos, o piano de cauda chegou a tombar.
Em Mar del Plata, Dagmar, Bruno, Consuelo, Scheila e eu, após atravessarmos um pátio contíguo ao porto onde havia vários pombos mortos, dirigimo-nos ao aquário, onde provavelmente poderíamos ver um show aquático.
Fechado que estava o aquário, resolvemos seguir até o calçadão que começava na Praça General San Martin e terminava na beira-mar.
Ali na Praça, tal como na Plaza de Mayo em Buenos Aires, havia lenços pintados que representavam, em frente à Catedral, as mães dos desaparecidos políticos, e ainda os dizeres “Ni olvido, ni perdón, cadena a los genocidas! La única lucha que se pierde es la que se abandona”, muito mais construtivos que os vistos no muro em Punta Arenas.
Na pizzaria Pizza e Pizza, comemos uma pizza semelhante à de Cuzco, do Chez Maggi.
Vimos a praia onde veraneava a simpática contestadora Mafalda, subimos nos molhes ali existentes, chicoteados pelas ondas bravas do Atlântico.
Quando viajamos ao Uruguai, mais tarde, tivemos a oportunidade de ver o engenho que converteu, em Piriápolis, um litoral abaulado em enseada.
Mas, voltemos à viagem que está sendo relatada.
Retornamos a bordo, após filmarmos uma panorâmica da cidade onde a Argentina se sagrou campeã mundial na Copa de 1978.
Fomos recebidos por Emilian, o mágico, romeno de nascimento, que apontou para as semelhanças entre o seu idioma e o nosso.
Aliás, no tocante a idiomas, já estávamos aprendendo algumas palavras em grego – eph’aristo, significando "obrigado", parakalô, significando tanto "por favor" como "de nada", kal’eméra, significando "bom dia", kale spéra, significando "boa noite", para os efeitos de cumprimento, kale nykta, significando "boa noite", para os efeitos de despedida, piato, significando "pires" – e estávamos ensinando aos membros da tripulação que nos atendiam algumas palavras em português.
Ao encontrarmos no navio Sérgio Salcedo, contamos-lhe que comemos uma pizza em Mar del Plata, ao que nos respondeu “Los invidio”.
O navio jogou com tal violência antes de entrarmos no estuário do Prata que nos pareceu melhor remanescermos na cabina em nosso leito.
Deixamos a filmadora do meu lado da cama – providência, aliás, pensada pela Scheila, com o espírito prático que lhe é peculiar –, com o que nada havia que sobre ela pudesse cair, danificando-a.
As coisas que estavam sobre a cômoda caminhavam de um lado para o outro.
Foi um verdadeiro pandemônio.
Bruno, que estava filmando a saída do navio de Mar del Plata e colhera algumas focas seguindo-o, captou, com a sua câmera, a violência com que jogava o Atlântico, adernando as embarcações, quase fazendo-as soçobrar, as pessoas tendo que se segurar firme para não caírem, Nahuel, protegido pelos preocupados pais, com um sorriso bem aberto na face, divertindo-se a valer.
Ao serenarem as águas, ao final da tarde, fomos ouvir o pianista Eric Himy, verificando se depois da queda violenta que sofrera o piano ainda poderia ele, como pôde, efetivamente, reproduzir as peças de Rachmaninov, Scriabin e Rimsky Korsakov (este último em transcrição de Rachmaninov), Gluck e, por último, aproveitando o centenário, uma transcrição para piano da Suíte Porgy and Bess, de Gershwin.
No jantar, foi-nos oferecida uma espécie de torta de sorvete flambada.
À noite, o espetáculo de despedida, no qual fiz questão de filmar a última apresentação de Sérgio Salcedo e María del Sol.
Houve, então, um imprevisto: no encerramento do espetáculo, as bailarinas com o Banderas apareceram e uma delas resolveu me tirar para dançar (ainda bem que Scheila estava vendo, ou eu teria de dar muitas explicações).
E lá fui eu de novo, mostrando quão destro em dança um hipopótamo pode ser.
Chegada a Buenos Aires, foi-nos oferecida carona em um coletivo que pararia na Plaza San Martin, Dr. Dielson, Norlei, Dagmar, Consuelo, Bruno, Scheila e eu.
Fomos à Plaza de Mayo, onde se interpôs entre a minha câmera e a Casa Rosada uma passeata de desempregados, protestando em ritmo de samba.
Encontramos no caminho César, o filho do Sr. César Soto.
Dali, tomamos dois táxis para a Recoleta, a fim de comermos uma boa pizza em Los inmortales.
No caminho, de dentro do táxi, consegui pegar um bom ângulo do famoso Obelisco e do Teatro Colón.
O Dr. Dielson, Norlei, César e eu, além da pizza, resolvemos tomar um submarino, que é uma barra de chocolate dissolvida no fundo de um copo com leite quente, beberagem muito apreciada também no Uruguai.
Fomos às Galerias Pacífico, onde aproveitei para completar o meu Anel dos Nibelungos adquirindo A Walkyria, mais um CD com obras raras de Richard Wagner, mais o Rienzi, mais um álbum com dois CD’s de Tchaikovky, a 6ª Sinfonia e as suítes dos ballets Quebra-nozes e Lago dos cisnes, tudo isto por cento e quatro dólares (no Brasil, só A Walkyria seria, por baixo, cem reais).
Mais tarde, vim a saber que o Senhor César Soto era um estudioso da obra de Nietzsche, e que considerava a leitura do genial louco de Röcken indispensável para a compreensão do trabalho de Richard Wagner.
Visitamos também a Galeria Alvear, na Recoleta e, depois, voltamos ao navio, onde fechamos a conta e deixamos uma gorjeta bastante merecida tanto pelo Iorgos como pelo Spiros.
Ainda filmei o navio todo iluminado por fora e as últimas travessuras do Nahuel.
No dia seguinte, a troca de endereços e as despedidas, tendo a Norlei vertido uma lágrima.
Saímos do navio e pegamos um táxi para o Hotel Rochester.
Deixando ali nossa bagagem, resolvemos pegar o Metrô para a estação ferroviária onde tomaríamos o trem para San Isidro.
Descemos em estação diversa daquela que visitáramos da outra vez em que estivéramos em Buenos Aires e fomos caminhando.
Travei conhecimento com as livrarias de San Isidro e, logo, próximo ao terminal ferroviário que ligava aquele bairro “chic” ao porto fluvial conhecido como El tigre, que devia este nome a uma onça que ali vivera em priscas eras, descobrimos uma mansão com uma placa onde se lia "La Teté", o que nos motivou a filmá-la, em lembrança da Esther, nossa querida amiga a quem chamamos carinhosamente “Teté”.
Descemos, então, as escadarias que nos separavam da rua onde se situava o terminal, no qual havia um interessantíssimo shopping center, ali entramos, compramos as passagens para retornarmos ao centro, fomos comer alguma coisa.
Filmei não apenas os locais que se mostravam de maior interesse para um tour gatronômico como também o autêntico parque de diversões que ali havia, com uma explosão de crianças por todos os lados.
Acima, uma catedral em meio a árvores copadas.
Voltamos ao centro e fomos passear pela Florida e pela Lavalle.
Descobrimos que havia um estabelecimento da Los inmortales na Lavalle, e ali adentramos.
Quando o garçom viu que tínhamos um grande interesse na figura de Carlos Gardel, personagem extremamente ligado à história da pizzaria, deu-nos atendimento de primeira qualidade.
No dia seguinte, falhou-nos o transporte que havíamos já pago no Brasil.
Ficamos esperando no hotel mais de meia hora e, ao chegar o momento a partir do qual só se poderia chegar ao aeroporto na hora limite – ainda mais se considerarmos que entre a cidade de Buenos Aires e o aeroporto existiam três pedágios –, tomamos um táxi.
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