Pela COOPSETUR visitamos o Vale Sagrado, iniciando por Pisaq, encravada no Vilcanota, onde se localiza um observatório astronômico denominado Inty-Huatana, ao redor do qual se postavam os palácios dos nobres, sacerdotes e astrólogos.
Dois caminhos pela montanha a ela conduziam, ambos estradas estreitas com degraus que, de um lado, tinham a montanha onde escavados, do outro, o abismo. Escadas de pedra e corredores estabeleciam a ligação entre as casas.
O guia que nos coube, partidário dos vencidos por Pizarro a ponto de pôr em dúvida a existência dos sacrifícios humanos por eles praticados, falou, ainda, na existência de postos de onde os súditos do Inca se comunicavam com outros pontos do Império, hipótese também aventada pelo castelófilo Siegfried Huber.
É curioso que raramente os que se debruçam sobre a história dos correios como serviço público façam referência a este significativo precedente na América Latina.
Preferem falar, normalmente, nos grandes impérios mesopotâmicos ou na iniciativa do Rei Luís XI, ao final da Idade Média.
Seguimos dali para o vilarejo de Pisaq, famoso por seu mercado.
Embora ali houvesse coisas interessantes - chamou-me especialmente a atenção um jogo de xadrez em que se opunham os exércitos do Inca e do Rei de Espanha, lhamas contra cavalos, sacerdotes contra bispos -, nada ali adquirimos, não só em virtude do aumento do peso da bagagem como pelo preço.
Exemplificando: não se adquiria em Pisaq uma malha de lã de boa qualidade por menos de 30 soles, ao passo que em Chinchero pudemos adquirir quatro excelentes malhas a 20 soles cada uma.
Ao retornarmos ao ônibus, uma chilena integrante da excursão perdeu-se pelo mercado.
O guia, preocupado, desceu do veículo que ficou parado por mais de uma hora até a chegada da retardatária.
Resolvido este problema, o ônibus deixou Pisaq em direção ao povoado de Urubamba para almoçarmos.
De Urubamba dirigimo-nos a Ollantaytambo.
Terraços imponentes onde os súditos do Inca faziam experimentos quanto às técnicas da agricultura.
Um templo, provavelmente dedicado ao Sol, inacabado.
Antigos armazéns de sementes.
Pedras com figuras esculpidas.
Uma pedra provavelmente destinada à construção do templo repousando sobre um plano inclinado.
Os banhos do Inca.
O sistema de irrigação desde as alturas do monte até a base da cidade - um aqueduto feito pelos próprios súditos do Filho do Sol -.
E, oficialmente, eles não conheciam a roda!
Sim, ali é que o irmão menor de Huascar e Atahuallpa, Manco Inca, comandava a resistência ao domínio espanhol.
Ali é que Manco e Almagro entabularam as infrutíferas negociações para uma aliança contra Pizarro.
Ruínas, como Pisaq, como Saqsayhuaman, encravadas na montanha, colocadas no alto, em busca da proximidade ao Deus Sol.
Foi um contraste interessante entre o glorioso monumento que deixávamos e o tão espanhol, colonial, povoado de Chinchero, onde se encerrou a nossa peregrinação pelo Vale Sagrado, e em cujo mercado compramos as aludidas malhas de alpaca.
À noite, fomos experimentar a tal pizza tão elogiada pelos nossos compatriotas.
Carregaram barbaramente no alho.
Chez Maggi continuou, ao nosso sentir, a melhor pizzaria de Cuzco.
domingo, 22 de março de 2009
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