Café da manhã no Hostal: eu comi müsli e tomei chá de maçã, Scheila comeu um queijo quente e tomou uma limonada.
O ônibus da Chavin Tours pegou-nos ali mesmo, à porta.
Nosso guia, Héctor, era bom conhecedor da história da região.
Guardava, ainda, um dos traços mais característicos da religiosidade andina: a homenagem aos espíritos dos nevados, os apus.
Enquanto nos dirigíamos à Lagoa Qeroqocha, um dos lugares mais belos daquelas paragens, fomos informados de que até 1930 havia ali matadores vestidos de negro - os pistacos -, que degolavam os gordos para lhes extrair a gordura, com a qual se lubrificavam as máquinas das indústrias do litoral.
O ônibus entra num túnel sob a Cordilheira Branca, percorrendo ali 500 metros, descendo depois vertiginosamente.
As curvas, como de hábito, me embrulharam o estômago, passei mal e, na entrada de Chavin de Huantar, vomitei.
Descemos para o almoço.
Antes de adentrarmos as ruínas, assistimos ao Baile de los Negritos, uma espécie de folia de reis em que os dançantes, ao som de uma fanfarra e tocando sinetas, vão mascarados como negros e convidam as mulheres a dançar.
A Cultura Chavin viveu no vale por volta do ano 1200 a. C.
Possuía galerias, verdadeiros labirintos, onde os sacerdotes, presumidamente, meditavam ou onde se encerravam os cativos.
Tinha conhecimento da arma dos índios platinos, até hoje utilizada pelos gaúchos - a boleadeira -.
Construía aquedutos.
Não foi encontrada nenhuma ossada nas proximidades das ruínas, o que não permite ter qualquer idéia do aspecto de seus habitantes, embora, pelo teto de suas construções, seja de se presumir que não ultrapassavam 1,75 m.
Contudo, há vestígios de certas noções religiosas.
Na construção conhecida como Portal das Aves, a coluna da direita apresentava um simbolismo masculino, a da esquerda, feminino.
Do lado direito, as pedras eram negras, do lado esquerdo, eram brancas.
Isto induz a presença da idéia de polaridade, também explorada, no Brasil do século XVIII, pelo Aleijadinho ao esculpir os Profetas de Congonhas do Campo, Minas Gerais, deixando clara a atitude pessimista dos que se postavam à esquerda e otimista dos que se postavam à direita da Igreja.
Eram, também, grandes conhecedores de astronomia, uma vez que há um altar próximo à Praça Quadrada onde há sete buracos, cada qual refletindo a luz de uma das Plêiades.
O número sete também tem uma importância especial na Cultura Chavin: a Porta das Aves compõe-se de sete pedras ao todo, bem assim o muro que a ladeia.
Cada um dos lados da Praça Quadrada, onde tirei uma foto ao lado dos lhamas que ali pastavam, tem 49 metros: sete ao quadrado.
A Praça Circular tem um diâmetro de 21 metros: três vezes sete.
O três também apresenta um significado particular na Cultura Chavin, porquanto três são os animais sempre representados, correspondentes aos três ambientes conhecidos: ave-ar, felino-terra, serpente-água.
As construções eram ornadas por cabeças-clavas, com dentes de felino.
Quase todas caíram por ocasião de uma grande enchente, em meados deste século, permanecendo apenas uma.
As demais foram guardadas, por segurança, na Galeria de los Laberintos.
Conjectura-se que a Divindade Suprema desta Cultura fosse o Deus da Ponta de Lança.
Foi-nos mostrada, ainda, uma réplica da Estela Raymondi, em que se acha representado um personagem Chavin.
A partir das estelas, sabe-se que os integrantes desta cultura extraíam do cactus a mescalina para os mesmos fins que se utiliza hoje a coca - dado que não deixa de ser significativo, pois esta droga era de mais uso entre os índios da América do Norte -.
A Cultura Chavin foi substituída pela Cultura Recuay, cujos integrantes eram bons ceramistas e péssimos arquitetos.
Regressando a Huaraz, passei mal de novo.
Fomos jantar na Pizzaria Bruno, cujo proprietário era francês.
Fazia uma ótima pizza e um excelente crepe, mas eu me achava num tal estado que tive de me contentar com uma sopa de aspargos, aliás, muito boa.
Às 20h30, chovendo muito, saímos em direção a Trujillo.
O ônibus da Chavin Tours pegou-nos ali mesmo, à porta.
Nosso guia, Héctor, era bom conhecedor da história da região.
Guardava, ainda, um dos traços mais característicos da religiosidade andina: a homenagem aos espíritos dos nevados, os apus.
Enquanto nos dirigíamos à Lagoa Qeroqocha, um dos lugares mais belos daquelas paragens, fomos informados de que até 1930 havia ali matadores vestidos de negro - os pistacos -, que degolavam os gordos para lhes extrair a gordura, com a qual se lubrificavam as máquinas das indústrias do litoral.
O ônibus entra num túnel sob a Cordilheira Branca, percorrendo ali 500 metros, descendo depois vertiginosamente.
As curvas, como de hábito, me embrulharam o estômago, passei mal e, na entrada de Chavin de Huantar, vomitei.
Descemos para o almoço.
Antes de adentrarmos as ruínas, assistimos ao Baile de los Negritos, uma espécie de folia de reis em que os dançantes, ao som de uma fanfarra e tocando sinetas, vão mascarados como negros e convidam as mulheres a dançar.
A Cultura Chavin viveu no vale por volta do ano 1200 a. C.
Possuía galerias, verdadeiros labirintos, onde os sacerdotes, presumidamente, meditavam ou onde se encerravam os cativos.
Tinha conhecimento da arma dos índios platinos, até hoje utilizada pelos gaúchos - a boleadeira -.
Construía aquedutos.
Não foi encontrada nenhuma ossada nas proximidades das ruínas, o que não permite ter qualquer idéia do aspecto de seus habitantes, embora, pelo teto de suas construções, seja de se presumir que não ultrapassavam 1,75 m.
Contudo, há vestígios de certas noções religiosas.
Na construção conhecida como Portal das Aves, a coluna da direita apresentava um simbolismo masculino, a da esquerda, feminino.
Do lado direito, as pedras eram negras, do lado esquerdo, eram brancas.
Isto induz a presença da idéia de polaridade, também explorada, no Brasil do século XVIII, pelo Aleijadinho ao esculpir os Profetas de Congonhas do Campo, Minas Gerais, deixando clara a atitude pessimista dos que se postavam à esquerda e otimista dos que se postavam à direita da Igreja.
Eram, também, grandes conhecedores de astronomia, uma vez que há um altar próximo à Praça Quadrada onde há sete buracos, cada qual refletindo a luz de uma das Plêiades.
O número sete também tem uma importância especial na Cultura Chavin: a Porta das Aves compõe-se de sete pedras ao todo, bem assim o muro que a ladeia.
Cada um dos lados da Praça Quadrada, onde tirei uma foto ao lado dos lhamas que ali pastavam, tem 49 metros: sete ao quadrado.
A Praça Circular tem um diâmetro de 21 metros: três vezes sete.
O três também apresenta um significado particular na Cultura Chavin, porquanto três são os animais sempre representados, correspondentes aos três ambientes conhecidos: ave-ar, felino-terra, serpente-água.
As construções eram ornadas por cabeças-clavas, com dentes de felino.
Quase todas caíram por ocasião de uma grande enchente, em meados deste século, permanecendo apenas uma.
As demais foram guardadas, por segurança, na Galeria de los Laberintos.
Conjectura-se que a Divindade Suprema desta Cultura fosse o Deus da Ponta de Lança.
Foi-nos mostrada, ainda, uma réplica da Estela Raymondi, em que se acha representado um personagem Chavin.
A partir das estelas, sabe-se que os integrantes desta cultura extraíam do cactus a mescalina para os mesmos fins que se utiliza hoje a coca - dado que não deixa de ser significativo, pois esta droga era de mais uso entre os índios da América do Norte -.
A Cultura Chavin foi substituída pela Cultura Recuay, cujos integrantes eram bons ceramistas e péssimos arquitetos.
Regressando a Huaraz, passei mal de novo.
Fomos jantar na Pizzaria Bruno, cujo proprietário era francês.
Fazia uma ótima pizza e um excelente crepe, mas eu me achava num tal estado que tive de me contentar com uma sopa de aspargos, aliás, muito boa.
Às 20h30, chovendo muito, saímos em direção a Trujillo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Este espaço é para a troca de idéias entre quantos tenham o interesse de o visitar. Contudo, para garantir a convivência harmônica entre os visitantes, pede-se que não se discutam temas de natureza político-partidária ou religiosa, nem se utilizem expressões não recomendáveis pelas normas vigentes de boa educação. É indispensável, para que possam ser publicados, a identificação do autor dos comentários.